Wednesday, November 25, 2009

Boas a todos!

Achei interessante a colocação deste pequeno vídeo que mostra um percurso de Faro até ao respectivo aeroporto... em 1992! Tirei este vídeo do blog A DEFESA DE FARO e realmente é surpreendente a evolução que a nossa capital teve nos últimos 17 anos (ainda alguns de vós nem eram imaginados).

Curtam bem o percurso e obrigado ao autor desta preciosidade por tê-lo partilhado.

Até!


http://www.youtube.com/watch?v=I3-KFRJJGRQ


RAFAEL RODRIGUES

Thursday, November 12, 2009

Em contradição

No passado dia 10 de Novembro, deparei com uma contradição bastante interessante na minha cidade.
Vivendo nós num país ‘livre’ e tendo sido o 25 de Abril há mais de 3 décadas, e sabendo eu que igualdade significa todos serem tratados da mesma forma e não uns terem mais que outros… Esta peculiar situação que me ocorreu, embora não tenha nada a ver uma com a outra, serve para demonstrar um pouco a instabilidade de valores e oposições com que nos deparamos no dia-a-dia.
Estava eu a dar boleia a 3 amigos quando me batem no vidro do carro. Era um funcionário do Jornal ‘Global’ a oferecer a edição número 495 a todos os condutores que parassem no sinal vermelho. Para não parecer antipático e por respeito ao seu trabalho, abri o vidro e peguei nesse mesmo veículo informativo. Como grande parte destes jornais ‘oferecidos’ é só notícias banais ou sobre moda & desporto, geralmente ignoro o que ali vem escrito e deixo de parte para quem quiser ler. Mas, no momento em que peguei no mesmo, li a notícia principal e o título despertou-me bastante a atenção: ‘Mundo está insatisfeito com sistema capitalista’. Na notícia referente ao mesmo tópico vinha ainda ‘Sondagem realizada entre 29 mil pessoas em 27 países divulgada pela BBC revela que é geral a insatisfação com o capitalismo do mundo e que a maioria defende maior regulação financeira’.
Essa mesma notícia ainda informa que apenas 11% dos inquiridos está confiante no actual sistema capitalista (porque será?). Menos surpreendente será dizer que metade destes pro-capitalistas residem nos Estados Unidos e no Paquistão! Quanto ao desmantelamento URSS, tirando os russos e os ucranianos que lamentam o seu desaparecimento, mais de 50% dos inquiridos aprovou a ‘queda da união soviética’. Novamente será escusado dizer que 81% dos norte-americanos consideram esta medida como algo proveitoso. Quanto ao fim do capitalismo e uma maior regulação do mundo financeiro, os 3 países que se encontram à frente desta aprovação são a França, o México e o Brasil. Apesar de nada disto provar muita coisa pois é apenas uma sondagem que poderá ou não equivaler à ideia mundial, e apesar de muitas vezes sermos induzidos em erro pelos meios de comunicação social, penso que a muitas conclusões se podem chegar através desta informação.
Entretanto… eis a contradição.
Num país tão desenvolvido (quem quiser que ria, quem quiser que chore) como Portugal, num país tão igual e justo como o nosso território nacional, passa-se algo que considero uma afronta aos valores nacionais e respeito por todas as comunidades existentes no nosso continente.
É que… numa população em que há dezenas de crenças religiosas diferentes não se justifica de modo algum a imposição do cristianismo / catolicismo e da época festiva (?!) do Natal a todos os que passearem pela rua. Ao que parece, e isto ainda é o mais grave de tudo, em Outubro já se andavam a colocar luzes e enfeites de Natal um pouco por toda a capital algarvia (ou possivelmente por todo o país). Sei que haviam ruas de Faro a ‘comemorar’ o Natal, bem antes da noite de Halloween o que é, no mínimo, ridículo e deplorável.
Se as férias do Natal são entre 7 a 15 dias, se a noite de Natal é de 24 para 25 de Dezembro e se Jesus Cristo só pôde nascer apenas uma única vez, como poderemos nós dar início a estas celebrações dois meses antes?!
Pelo meio temos ainda o Halloween (que fica muito bem decorado com todos estes enfeites de Natal por toda a parte!), o dia ‘Todos os Santos a 1 de Novembro, a Restauração da Independência a 1 de Dezembro e a Imaculada Conceição a 8 do mesmo mês. Tudo isto com a cereja no topo do bolo que são as estrelinhas e as árvores de Natal iluminadas por toda a minha localidade.
Mas nem é isso que mais me entristece. Sendo o Natal uma época triste e desigual (sim, não me convençam do contrário) que todos gostam de festejar… Sendo o Natal a altura do ano em que todos nós nos lembramos que temos familiares vivos a quem temos de ligar a dar os parabéns… Sendo o Natal a altura festiva em que todos podemos esquecer as nossas dívidas e preocupações e podemos esbanjar rios de euros capitalistas em comprar uma lembrança para os nossos ‘mais-próximos’ de modo a mostrar que nos lembramos deles… Sendo o Natal a época mais capitalista do ano sem dúvida alguma… Como podemos nós fazer parte de uma sondagem que diz que 89% de nós somos contra o actual sistema capitalista? Como podemos ser nós contra o capital enquanto somos consumistas ao ponto de sugar todo o nosso salário em merdas fúteis que apenas nos fazem sentir superiores com a falsa ilusão de que fizemos algo de bom para comemorar uma época que em nada é positiva? Como podemos nós ser contra o capitalismo quando fazemos banquetes luxuosos, em que grande parte do alimento acaba despejado no lixo, num mundo em que a pobreza mundial é muito superior aos 11% que são a favor do actual sistema? Como podemos ser nós contra a actual regulação financeira quando participamos num jogo egoísta e ganancioso em que cada um quer receber um presente mais valioso que o que é oferecido para se sentir superior? Quem diz o contrário não pensa! Já me deparei com situações em que se gastam 10€ numa prenda, recebe-se uma de 8€ e depois é comentários do género ‘que falta de consideração’. Sempre pensei que o Natal seria para se festejar e que o que contava era a intenção… AHAHAH! Intenção? De quem? Mas sendo eu contra o festejo do mesmo, ou contra o capitalismo (já que faço parte desses 89%), como poderei sair agora daqui e ir em direcção à ‘rua das lojas’ procurar artigos para oferta?
Mas algo ainda mais lamentável é o facto de estarmos a promover uma celebração religiosa que constitui uma agressão bastante forte a todas as outras religiões que não comemoram esta época festiva. Como podemos nós ‘obrigá-los’ a ter de lidar com esta afronta no seu dia-a-dia a caminho do trabalho quando em nada se identificam com estas comemorações?
Gostava de ver como seria se um dia as outras religiões tivessem o poder de escolher uma altura do ano para enfeitarem a cidade à sua maneira e nós tivéssemos de lidar com isso. Sendo nós um povo pacífico e respeitador, aposto que seriam muito poucos (ironia extrema!!) a sair à rua e a vandalizar toda essa decoração. Gostamos de ser respeitados mas… darmo-nos ao respeito? Isso dá muito trabalho e pouca chatice. Portugal é um país de macho-man’s e nós queremos é diversão, nem que seja a rirmo-nos da triste figura dos outros.

O pior é quando se riem da nossa.

Mas depois falam do ‘reino de deus’, falam da ‘igreja maná’, falam das religiões que ‘cobram’ para existir. Mas será que há alguma religião que não o faça? Será que as humildes igrejas que temos por todo o país são assim tão amigas dos pobres? Será que todos os artefactos banhados a ouro que se encontram dentro destas instituições são mero ‘fogo-de-vista’? Será que aquilo é tudo falso? Será que o dinheiro que recolhem com um cesto durante uma missa é para acabar com a fome no Mundo?

É caso para perguntar: Ainda acreditas no Pai Natal?

Já não basta eu ter sido desrespeitado quando me obrigaram a ser baptizado à nascença num acto em que eu não pude decidir por mim? Como podem impor-me algo com o qual anos mais tarde não me identifico? Como podem obrigar jovens a frequentar a catequese, missas aos domingos, fazer a primeira comunhão… e vêm falar de liberdade e do 25 de Abril?? Liberdade não é só estar atrás das grades. A liberdade mais forte e preciosa é a liberdade mental; aquela em que nós temos o poder de sermos donos de nós mesmos e dos nossos actos, aquela em que nós podemos decidir qual o caminho que pretendemos seguir sem que nada nem ninguém nos diga qual a forma mais correcta de o fazer.

Essa é a única liberdade que eu conheço.

‘Religiões por todo o lado, só nos querem enganar. Eu prefiro ser ateu do que andar para aí a rezar. Guerras religiosas neste mundo sem acabar. Não é preciso mais provas, as religiões só querem lucrar.’
(‘Ateu’, Censurados)

‘Papai Noel, velho batuta, rejeita os miseráveis. (…) Presenteia os ricos, cospe nos pobres.’
(‘Papai Noel Velho Batuta‘, Garotos Podres)

‘Mickey não brinca criança doente, ele tem medo se contaminar. Mickey só brinca meninos bonitos, tenham dinheiro para lhe pagar. Mickey não brinca criança africana, Mickey tem nojo criança negra, Mickey não gosta criança latina, Mickey rejeita criança brasileira.’
(‘Mickey’, Mukeka di Rato)

‘Os proveitos e as riquezas ou são para todos ou não são para ninguém.’
(‘Para Todos’, Gazua)

Sunday, May 20, 2007

Haarlem, 18 de Maio de 2007 (XII parte - e ÚLTIMA)


Penúltimo show da tour, férias a aproximarem-se do fim.

O stress, o cansaço e as saudades de casa faziam-nos desesperar já por duas datas memoráveis, caso contrário teríamos um nível de frustração demasiado avançado e difícil de recuperar.

A manhã é passada serenamente, a tarde em nada mudou.

Chegando a Haarlem encontramos um novo sítio, daqueles que em Portugal faziam imensa falta.
Uma espécie de Associação, de nome FLINTYS, onde se pagava apenas 50 cent e teria-se acesso a: skate park, campo de futebol, 1 sala de espectáculos, 1 sala de convívio com 3 pc's ligados à internet para livre utilização, 1 bar e mais 1 sala de convívio. Em cada sala, um tipo diferente de música a tocar.

Chegamos, relaxamos, algum stress em cima (seriam quase 12 dias de convívio bastante acentuado que nos fariam chegar à exaustão de uma tour com algumas atribulações).
Inicia-se então o sound check. Uma das outras bandas seriam os belgas USUAL SUSPECTS, banda que tínhamos encontrado no PROTEST FESTIVAL em Breda. Brutal.

O sound check corre calmamente, tira-se meia hora para descanso e dá-se então início ao set da noite. O p.a. era algo bastante simples, com apenas 2 tops e 1 monitor. O palco era bastante característico do espaço. A sala seria toda envolvida em madeira, da mesma forma que o palco assim o era. Muito 'diferente'.

Tocou-se o seguinte set:

GUILTY
POSITIVE
ASYLUM FROM THE UNDERGROUND
SHE
MY LAST TRY
IT'S JUST AN ACCIDENT
THE UNTOUCHABLE MYTH
I AM FREE

Um set um pouco diferente de todos os outros, já que a ACCIDENT seria passada quase para o final do show e teriam ficado de fora temas como A LETTER e THE WORST PART OF ME.

Tudo corre calmamente, a sala um pouco vazia (numa noite em que mais de 1 centena de pessoas teria passado pelo espaço), e nós continuámos. Por volta da MY LAST TRY já se nota algum público a chegar, da mesma forma que os aplausos e as ovações seriam cada vez mais ensurdecedoras.

O set termina calmamente e os agradecimentos por parte do público e dos organizadores fizeram-me acreditar que teria corrido melhor para fora do que cá para dentro. É que, em cima do palco, não se sentiu assim grande actuação... mas o regresso de parte do público a Hoofddorp no dia seguinte para nos ver faziam-nos acreditar que até tínhamos estado relativamente bem.

A noite continua, no mesmo espaço, num clima de enorme cansaço, pelo menos da minha parte. Estava de rastos e mal me conseguia mexer. Conheceu-se pessoal, conheceu-se o espaço, deu-se umas voltas por aí e às 24h fecha o espaço e lá fomos todos para a nossa casinha 'do Matt', ahaha.

Na Holanda é tudo tão 'perfeito'. Os shows começam a horas (20h30) e terminam a horas 24h. O sound check é sempre rápido e bem executado. Não há cá sound checks de 45m por banda como em Portugal. Ali fazem-se sound checks de 30 segundos e tá safo. E tudo corre bem. O público aparece às 20h porque sabem que os shows começam às 20h30. Em Portugal aparecem às 22h porque no cartaz diz 21h e começa sempre uma hora mais tarde. Não dá para comparar, de forma alguma.

Vamos para casa arroxar de imediato e amanhã é outro dia.



Hoofddorp, 19 de Maio de 2007


Último dia da tour.

Supostamente a tour terminaria dia 20 de Maio com uma actuação em Rotterdam, mas tal não aconteceu. Decidimos terminar na cidade que nos acolheu durante mais de 1 semana, para o verdadeiro público ao qual chamámos de amigos durante a nossa estadia no país laranja.

O show seria inserido num festival organizado todos os meses na pista de ski de Hoofddorp, chamad0 FATAAL KABAAL.

A manhã passa rápidamente, começamo-nos a despedir daqueles que não teremos oportunidade de ver novamente... distribuímos algumas fotos e cd's autografados à nossa nova família holandesa e vamos a caminho da pista de ski.

Chegando lá, damos com o melhor spot de todos onde actuámos na Holanda, juntamente com o RAMBLER em Eindhoven. A sala tinha uma acústica interessante, um ambiente acolhedor e um público bastante jovem (entre os 13/14 e os 20 e picos anos). Começam a chegar as bandas BLUE TREE e MANGOO KAMIKAZE (quer teriam ido lá apenas para nos ver), o Q e o seu MC, o pessoal de Haarlem (que deveriam ir apoiar a banda GRUMBLE) e começamos a fazer o sound check. Toca-se 1 tema e meio e tá safo. Fazem os MONKEY BEATS DONKEY e começa a sua actuação.

Após a saída do MATT and bandmates, onde ainda houve tempo para um cover de FAITH NO MORE comigo na voz, iniciamos de imediado nós o nosso set.

GUILTY
POSITIVE
ASYLUM FROM THE UNDERGROUND
A LETTER...
SHE
THE WORST PART OF ME (w/ ARTHUR 'MBD' and THOMAS 'MK')
MY LAST TRY
THE UNTOUCHABLE MYTH
I AM FREE

Os pontos altos da actuação foram sem dúvida a passagem de PINK FLOYD na THE WORST PART OF ME com a participação dos vocalistas de MONKEY BEATS DONKEY e MANGO KAMIKAZE e o magnífico sing-a-long na I AM FREE, com toda a gente a ajudar e a tornar a noite de 19 de Maio de 2007 numa das mais especiais de sempre em quase 5 anos de AN X TASY.

Foi mesmo uma actuação inesquecível que fica marcada pela decisão de abandono voluntário de Milton da banda AN X TASY, um ano após o seu ingresso no projecto. O Milton vai-nos acompanhar durante estes últimos shows da tour e o futuro da banda será incerto então. Ainda não sabemos qual a possibilidade da banda continuar, e com quem (caso continue). Temos ainda 8 shows pela frente com esta formação e depois vamos fazer uma pausa para tomar uma decisão.

Ao Milton... a banda AN X TASY deseja tudo de bom e boa sorte nos seus futuros projectos e estaremos sempre cá para apoiar, da mesma forma que ele fez durante cerca de 300 dias na banda.

A banda vai então fazer uma pausa por tempo indeterminado no final do mês de Julho e voltaremos um dia mais tarde, esperemos nós, com bastantes alterações e novidades. Até lá... Ainda temos 8 palcos para pisar... e obrigado a todos os que nos têm acompanhado aqui no blog, foi realmente impressionante a força que nos transmitiram.

AN X TASY continua convosco.


Até breve.


RAFAEL RODRIGUES


*para o Milton*
I AM FREE AND I HOPE I WILL EVER SEE YOU AGAIN


Próximos shows:

6 Junho - Assoc. Músicos de Faro - c/ SOLESCIMI PEDESTRI (Itália) + outros
8 Junho - Assoc. Músicos de Faro - c/ CALIBAN (Alemanha) + bandas
9 Junho - Teodósios Bar, (GUIA) - c/ VAULT
16 Junho - Cine-Teatro de Corroios - c/ BARAFUNDA TOTAL + GAZUA + bandas
21 Junho - Hard Bar (BARREIRO)
22 Junho - TBA
23 Junho - C.C. Artes Jah Nasce (COIMBRA) - c/ bandas TBA
24 Junho - Espaço dos Desastres (LISBOA) - c/ TARGET 35 + FROM NOW ON
20 Julho - Assoc. Alçude (ÉVORA) - c/ PAYASOS DOPADOS + R.J.A. + bandas

Obrigado.

www.myspace.com/anxtasy

Friday, May 18, 2007

Eindhoven, 17 de Maio de 2007 (13:08) [XI parte]


Agora sim, um show potente. Foi mesmo demais. Um show que entra para o top 5 dos melhores shows de sempre de AN X TASY e sem dúvida o melhor desde que chegámos ah Holanda.

Mas vou começar por vos contar as nossas novas alcunhas na Holanda. O CHRIS, que já nao bastava ser um frito do caralho e ter mais droga no sangue do que Portugal inteiro, tem uma veia criativa para inventar nomes ao pessoal. Entao aqui ficaram os nossos apelidos holandeses (ao que parece ele tem dificuldade em pronunciar os nossos nomes e entao inventou novos):

RAFAEL - Ruppert (ou) Rudolph
MILTON - Melvin
SÁSÁ - SÓSÁ

:X

Tem sido demais mesmo... Ontem de tarde fez 1 piercing na orelha do SáSá, uma espécie de alfinete (or something...) e lá andava o SáSá com um novo piercing para um lado e para o outro.

De tarde pouca coisa se fez. O Chris esteve a sacas as músicas todas de AN X TASY (a ouvir o cd) para a sua bateria electrónica. O Milton e o Martin deram um giro por Hoofddopr (e ao que parece encontraram portugueses e tudo). Eu e o Sá-Sá ficámos por casa a ver vídeos no YOU TUBE. O Chris mostrou-nos um monte de cenas como EXPLOITED, CONFLICT, RANCID, LARS FREDERIKSEN and THE BASTARDS, TRANSPLANTS, etc. Foi cool.

Nisto chega o MATT, 'pega' em nós para a carrinha e seguimos para Eindhoven. Pelo caminho ainda fomos apanhar os OPVOEDING (banda que tocou connosco no PROTEST FESTIVAL) a Breda e seguiu-se caminho. Os OPVOEDING mostraram-se uns verdadeiros amigos e mais ah frente vao perceber porque. Conhecemo-os por acaso; uma banda punk que, em atitude, em Portugal seriam uns possíveis D.P.E., sem dúvida. Mesmo aqueles punks old school com calça justa, casaco de cabedal com patches de bandas punk/crust, cintos de balas, todos anarcas e antifas, alta onda mesmo. Curtiram de nós em Breda e quiseram ir até Eindhoven também. E ao que parece também aparecem Sábado aqui em Hoofddorp no nosso show.

Este fim-de-semana vai haver aqui um mega-fest em Amsterdam com EXPLOITED, UK SUBS, CONFLICT, ANTI-NOWHERE LEAGUE, SUBHUMANS, THE BUSINESS, DEADLINE, THE LURKERS e CRIMINAL CLASS entre dezenas de outras bandas. Um fest imperdível e que eu vou ter de perder por estar a actuar Sábado e Domingo.

Chegando a Eindhoven fomos direitos ao local do concerto (após alguns traços contínuos, sinais vermelhos a abrir, perguntas a pessoas na rua, etc.) e demos com o primeiro bar nao-underground desde que estamos na Holanda. Um bar que por fora faria lembrar o COFRE em Faro (com uma esplanadazita e que parecia mais um café do que própriamente um bar) e por dentro seria uma onda mais para o lado disco. Na entrada faria relembrar um pouco o Lótus Bar em Cascais mas rapidamente estaríamos mesmo numa espécie de disco-bar. Excelentes condiçoes, excelente som, casa razoavelmente composta (embora fosse difícil de encher porque era enorme!!) e deparámo-nos com uma agenda do mes de Maio que metia medo: SUBHUMANDS, 37 STABWOUNDZ, THE METEORS... Enfim... isto é supostamente um dos bares onde as grandes bandas tocam quando passam pela Holanda.

O nosso azar foi mesmo calhar-nos uma quinta-feira que é supostamente o único dia da semana em que é entrada livre, o pessoal pode tocar, mas nao há guita. Azar. Tocámos e tivémos um grande esforço e reconhecimento por parte dos OPVOEDING que, sem a gente saber, andaram com um boné pela sala a pedir guita para nos ajudar nas despesas. BRUTAL!!! Ainda se conseguiu fazer guita para pagar a gasolina e sobraram alguns trocos, foi demais!

Apesar de eles nao virem ao blog e nao perceberem portugues... um GRANDE ABRAÇO ao Lennaert (baterista da banda) por todo o apoio e amizade demonstrados. Foi realmente incrível a vontade de ajudar por parte desta banda. SUPER!!!

A primeira banda acaba de tocar, saem do palco, e subimos nós (antes dos cabeças-de-cartaz NEWAX, que por acaso teriam um baixista que falava bem portugues pois teria vivido 6 anos no Brasil). No final da noite o mesmo até me disse: 'Do you know what is the thing I most miss from Portugal? Pastéis de nata.'. AHAHAHAHA. Demais, o homem. Sempre pronto a ajudar. Emprestou-nos cabos jack-jack e um pedal de distroçao (pois teríamo-nos esquecido de algum material na casa do MATT, com as pressas). Muito cool mesmo.

Para variar, na Holanda nao se faz line-checks e muito menos sound checks. Foi ligar os cabos e começar a tocar. Uma coisa vos garanto: nunca tive na minha vida toda um som tao bom e uma moniçao tao bruta. Mesmo o público disse que o som estava demais e bastante cheio. Ambos o Martin e o Matt disseram que foi o melhor show que demos desde que estamos na Holanda, embora o Martin fosse mais longe e dissesse mesmo que fosse o melhor show de sempre que viu nosso.

Eu senti uma boa moniçao e recepçao do público. O Chris deu-me piada ao dizer que curte a minha 'atitude de tocar de joelhos', ahahaha.

Ouvi tudo na perfeiçao, a pica subiu-me ah cabeça, poucos pregos ou nenhuns foram dados, e demos mesmo o nosso melhor. Quase que atingiu o nível de testosterona que eu tinha no sangue quando actuámos a última vez no Liceu ou a última vez na Associaçao de Músicos. Ou mesmo no IPJ de Faro. Este show iguala esses 3, na boa.

Tocámos o seguinte line-up (igual ao show de Leiden):

GUILTY
POSITIVE
IT'S JUST AN ACCIDENT
ASYLUM FROM THE UNDERGROUND
A LETTER...
SHE
THE WORST PART OF ME
MY LAST TRY
THE UNTOUCHABLE MYTH
I AM FREE

Pouco mais há a dizer em relaçao a um dos nossos melhores shows de sempre, em que toda a gente deveria estar presente. Tenho pena de nao ter sido filmado mas creio que temos umas fotos valentes para mostrar a toda a gente no dia 6 de Junho.

Recebemos mais dois convites para tocar em Portugal e aceitámos ambos:

16 de Junho, sábado, CORROIOS - c/ Gazua, Barafunda Total, No Good Reason e Gatos Pingados
21 de Junho, quinta, BARREIRO

No final da nossa actuaçao, vem ter comigo uma rapariga (brutal!!!!!!), a dizer que vem todos os anos a Portugal passar férias a Albufeira, dar-me os parabéns e pedir-me um autógrafo. Respondi-lhe que nao dava autógrafos porque nao me sinto mais do que ninguém para o fazer, e que nao somos nenhuma banda 'grande' para andar a dar autógrafos. Ao que ela me responde: 'Há sempre uma primeira vez para tudo... e tu hoje podes nao ser grande mas amanha podes vir a ser... e eu quero ser a primeira a ter esse privilégio'. Irrecusável. Escrevi uma mensagem qualquer num cartao que ela me deu e ficámos a falar durante a actuaçao da banda NEWAX. Foi mesmo do rock. A banda NEWAX fazia lembrar uma mistura de THE KILLERS com FRANZ FERDINAND. Muito disco-rock e fixe mas nada de novo, a meu ver. Mas estiveram bastante bem em palco e curti da atitude da banda (a tocarem todos de gravata e tal, ehehehe). Muito bom.

Beberam-se mais umas, falou-se um pouco, conviveu-se, ouviu-se música, carregou-se o material e seguiu-se para Hoofddorp.

Chegando cá, foi tiro e queda. Caí para o lado, arroxei de imediato. O show foi puxado e cansativo, o 'pior' de toda a tour nesse aspecto. Levantei-me agora e cá estou eu para escrever mais um pouco.

Hoje ainda vamos tocar em Haarlem, amanha em Hoofddorp e Domingo em Rotterdam. E depois regressamos a Portugal. Chegamos a Faro dia 21 de Maio ahs 9h30 da manha, +/-.

Era fixe ter o pessoal lá a receber-nos tipo vedetas mas é muito cedo... ahaha. Nao sei se me ria da parte de ser vedeta ou se me ria de ser cedo. AHAHAHAHA

Aqui nao há horas, levantamo-nos quando nos apetece e deitamo-nos quando nao há droga, bebida ou paciencia. De resto isto é anarquia total de horários... nao é a isto que se chamam férias? ehehehe

Daqui nada vamos comprar o pequeno-almoço, depois vamos provavelmente passar a tarde toda a ouvir musicas do youtube, na net a trocar mails, e siga para o novo spot.

As saudades daí continuam ah flor da pele mas também já falta pouco.

O Martin vai bazar hoje para Frankfurt pois o aviao dele é Domingo de manha e os transportes daqui para a Alemanha nao sao assim tantos... Nós vamos mesmo só na Segunda de manha.

'Vemo-nos' amanha com um novo post aqui a contar como foi o show de hoje.

Mais uma vez obrigado por todo o apoio... tem sido demais.

Até breve.


RAFAEL RODRIGUES



THE WORST PART OF ME

Again, I've cleared the space
That's enough for me, will you ever see?
I seek some answers in vain
But this pain will never be strained.
The wind blows starvation
And kills 10 million faces
I've tried to make myself see
That this is just one more failed dream...

Why can't you see the worst part of me is you?
Why can't you see the worst part of you is me?

For years I've hiding my shelter
Behind thousands of cowards
Now they have the power
Now what can I do?
Just run away and feel my energy
Raising from the fear I feel inside of me
I know this is not the first time
(but) for sure will be the last!

Thursday, May 17, 2007

Leiden, 16 de Maio de 2007 (14:04) [X parte]


Mais um show, mais umas mocas e bebedeiras... mais rock!

Estava agora neste momento a falar com o baterista de FACE OF A VIRUS na net e disse-lhes uma cena que me gera uma certa confusao aqui na Holanda.

Em Portugal, se um músico parte uma corda em palco... temos de estar 10m ao micro a pedir que alguém nos traga uma corda ou uma guitarra para o show acabar. Como se nao bastasse a espera em cima do palco, quando a corda chega é na altura da banda acabar de tocar. Lamentável.

Aqui na Holanda se um baterista deixa cair uma baquete ou um prato... o baterista da banda seguinte sobe logo ao palco para ajudar. A banda nao tem necessáriamente de parar de tocar para resolver a situacao. Os costumes aqui sao bastante diferentes... nao há ódio, nem inveja... o pessoal apoia-se... é um mundo aparte, uma realidade diferente. Só mesmo quem vem para cá passar umas belas férias é que vai entender o que se está a passar.

Mas nao deixo de preferir Portugal e os seus costumes 'agrestes' (aprendi essa palavra hoje por mail, ahahaha). Nao há nada como estar na nossa terra e sentirmo-nos em 'casa'. Mas na verdade aqui há muito mais paz, menos barulho, menos poluiçao... Aqui anda-se calmamente na rua sem termos receio de pessoal a olhar de lado. Aqui os 'xungas' passam por nós, nao dizem nada, vao na deles... e um gajo na nossa! Se fosse aí era logo bocas, encontroes, e merda!

Enfim... isto é tipo o paraíso... Estou a pensar sériamente em regressar em Novembro porque isto é brutal. E o pessoal também é demais... Tenho conhecido pessoal do mais bacano: Q, CHRIS, arrasam!

Ontem foi um dia normal, como todos os outros. Levantar, vir ah net, despachar e seguir para o local do show. Na ida para Leiden eramos 11 numa carrinha de 9 lugares. Na vinda eramos 13!!! Aqui passa-se vermelhos, traços contínuos, inversoes de marcha impossíveis, nao se dá prioridades... mas que se foda! Ninguém morre! Ahahaha

Mas acreditem que 13 pessoas numa carrinha de 9 lugares nao foi nada saudável. Era um cagaçal enorme, mal nos conseguíamos mexer... mas valeu pelo feeling.

Eu só dizia autodopeventilji (mais coisa, menos coisa) o caminho todo... Eles respondiam 'pipo' ou 'murcho'. Sao as únicas palavras que cada parte sabia dizer da língua oposta. Alguns deles já sabem dizer 'Vai-te foder'. AHAHAHAHA

Chegando ao local do evento... demos com uma squat (casa ocupada) bastante underground (para variar, como em todos os sítios onde tocámos, até agora). Era um spot brutal mesmo.
O palco era para aí metade do tamanho do palco secundário da ARCM. Um gajo queixa-se que o palco lá é pequeno... imaginem este. Tive de meter o micro no chao, ah frente do palco e sair do palco para me poder mexer... O bar era mesmo uma onda punk NY dos anos 70/80, o anarca que se encontrava a gerir a squat (há 14 anos!!!) era brutal, bastante humilde e prestável.. A sala tinha 2 sofás para um gajo relaxar, uma cabine de DJ cheia de autocolantes (onde nao escaparam dois da I CAN C U), o W.C. era apenas uma sanita e 1001 autocolantes de bandas. O cartaz, feito na hora, escrito ah mao (brutal!) foi colocado de imediato na entrada. Dao-nos 20€ para irmos comprar comida para o jantar enquanto os MONKEY BEATS DONKEY fazem o sound check.

Regressámos, fumou-se, bebeu-se... já estava tudo mamado quando os MBD começam a tocar. Foi uma actuaçao um pouco insegura tendo em conta que nao haviam monitores, o top do lado direito do P.A. nao estava a funcionar, o espaço em palco era do mais limitado... mas tocaram como sabem e ainda tive a oportunidade de, mais uma vez, partilhar o palco com o Arthur e os seus bandmates na THE GENTE ART OF MAKING ENEMIES dos Faith No More.

Acabando a actuaçao, chega a vez dos AN X TASY.

Tocámos um set simples, mais ou menos na onda do que tinha sido tocado em Amsterdao (ou seja, quase todas as músicas, ahahah) e fizemos o nosso trabalho. Apesar de nao haver moniçao, ouvia tudo o que se passava em cima do palco e senti-me seguro de mim. Apenas estava um pouco tonto e cansado e issso afectou a minha actuaçao. Deve ter sido a minha pior actuaçao de sempre em AN X TASY porque estava mesmo de rastos. Estou podre e ainda temos 4 shows pela frente: Eindhoven, Haarlem, Hoofddorp e Rotterdam. Nao sei como vai ser mas acho que tenho de beber 25 Red BULLS antes de cada show, ahahaha.

Ontem tocámos:

GUILTY
POISITIVE
IT'S JUST AN X IDENT
ASYLUM FROM THE UNDERGROUND
A LETTER...
SHE
THE WORST PART OF ME
MY LAST TRY
THE UNTOUCHABLE MYTH
I AM FREE

O ponto alto da actuaçao foi sem dúvida no final da UNTOUCHABLE MYTH. Apareceu a bófia e tivémos de parar a actuaçao por falta de licença para se prosseguir com o show. Mas Deus é grande (AHAHAH) e eu pedi para nos deixarem tocar pelo menos a I AM FREE (música que nunca falhou em nenhum show nosso até hoje... e foi a primeira música feita por AN X TASY). E assim foi. Tocou-se o tema, calmamente, poucos movimentos, e terminou-se dessa forma a actuaçao.

Tem sido engraçado tocar temas como o IT'S JUST AN X IDENT que já nao tocávamos háa algum tempo. Tem ficado de fora do set a DEVELOPING THE DISEASE, THE WORST THING, DE-JA-VU e LOST IN WORDS. Mas quero quero se ainda toco as duas primeiras pelo menos 1 vez cada uma, aqui na Holanda. De resto temos tocado praticamente tudo aquilo que sabemos tocar com esta formaçao, ehehehe.

Depois do show viemos para casa e... sinceramente... nao me lembro de mais nada porque arroxei logo. Sei que eles ainda ficaram a beber, a fumar e a falar com o Chris e a namorada... mas eu fui logo c'o caralho, ahahaha.

Hoje, 17 de Maio, vamos tocar a Eindhoven e já estou de pé para me despachar e esperar pelo MATT que nos vem buscar daqui nada com a sua grande carrinha de 9 lugares (ou serao 13??), ahahaha.

Eles (resto da banda e Martin) estao para aí também todos fodidos do cansaço e eu mal vejo a hora de chegar a Portugal, pegar na bike e dar um giro por aí.

Para quem nao sabe... dia 8 de Junho vamos tocar no palco principal da Associaçao de Músicos de Faro como banda suporte de CALIBAN, OMNIUM GATHERUM e PAINSTRUCK. Sei que estamos deslocados do cartaz mas nao pudemos recusar este convite que nos foi feito. Tocamos o que tocamos, para o público que for... Da mesma forma que tocamos para pessoal do punk, vamos tocar para o pessoal do metal core, ahahaha.

Aqui fica mais uma letra de AN X TASY, desta vez a 'MY LAST TRY'. Enjoy.

Até breve.


RAFAEL RODRIGUES



MY LAST TRY

Have you ever felt like a stranger and said hello to the underworld?
I will never feel an avenger, I will never be sold.

I will never turn my back at you again
I will never stare at the window everytime I hear the rain
I will never come back to your world again
I will never come back to your world everytime I feel your pain.

I take a walk and choose one side from memories undenied.
Staying clean, you know what I mean, I will never forgive my sins.

I set my heart on fire, you are my true desire
Saying the words you'd like to hear, but now I think I'll never be near
I turn around, I HIT THE GROUND, it was the worst thing I could do
But all I want and haven't found is a way to be back at you...

So frustrated...

This is my last try...

Wednesday, May 16, 2007

POST No. 100


Boas pessoal... Este é o post número 100 do blog. Incrível. Parece muito, parece pouco, mas já postei 100 textos neste pequeno espaço virtual.

Apenas vim aqui para vos deixar uma letra de AN X TASY, da minha música preferida 'ASYLUM FROM THE UNDERGROUND', porque, apesar de nao ter nada a ver com a situaçao da ASSOCIAÇAO de MUSICOS actualmente... penso que dá para associar. Interpretem como quiserem mas entendam este 'asilo do underground' como se fosse a associaçao; e interpretem o resto ah vossa maneira.

Estamos em perigo iminente. Mas há que continuar a sonhar e a lutar!

Obrigado por todo o apoio.



ASYLUM FROM THE UNDERGROUND


My history has passed right in front of my eyes
Even the most honest man sometimes tells some lies
There is nothing to prove that truth lives with trust
There is no way to clean the ashes with dust.
Hell is just a place that we all deserve
We control fire with water but hate we preserve
Heaven we wish, sanctuary we dream of
We're sleeeping all the time, we can't show some love.

The glass was broken, my tears fell down
Raining outside, no time for a ride
I found this asylum from the underground
Sadness inside, I wish I could hide.

Seeing pictures from the past but they're only souvenirs
'I'd rather die on my feet than keep living on my knees'
My family betrayed me but now they want respect
And that made me stronger, that's a real fact
We all live together, we came from the same blood
My veins are fucking poisoned, yours running with mud
When I was born I was loved, now I am fucking despised
I've sold love to buy hate, why do you become surprised?

Four rooms just to watch you in a house you don't belong
One tear on my face, yes I am not strong
I am not ashamed to tell you I am a man but I also cry
I would not live proud I if I would tell you this statement is a lie!!

Tuesday, May 15, 2007

Amsterdam, 15 de Maio de 2007 (1:58) [IX parte]


Mais um dia, mais uma aproximacao do final da tour...

A tarde foi passada num clima bastante stressante, no meio de algumas discussoes... mais razoes para eu crer que cheguei mesmo ao meu limite. Sinto-me a remar contra a maré, cada vez mais só neste trilho em que caminho sozinho..

Neste momento vejo o Martin, Samuel e Milton a fumar e a experimentar 'cenas' com o Chris. Tá tudo na deles, tudo na maior. O Matt só nos olha de alto abaixo, ahahaha. Eu aqui estou na escrita, como sempre.

A tarde foi passada, metade a dormir, metade a stressar. De resto, nada de mais.

Íamos tocar a Amsterdao, num bar chamado THE CAVE, mesmo no centro da grande cidade.

Chegando lá deparámo-nos com mais um sítio bastante underground (tenho imensa pena que nao haja bares como estes em Portugal). A entrada era uma escadaria para uma cave (daí o nome do bar), fazendo lembrar um pouco o Lótus Bar por fora. Na realidade, por dentro, seria mais uma onda de um bar 'ocupado'. Digo isto porque o ambiente era mesmo muito crú e agressivo. Mas muito bruto mesmo. Os W.C. estavam repletos de autocolantes, onde nao pode escapar dois da I CAN C U. As fotos estao demais, todos vao curtir.

Nao há tempo para sound check. Algo me diz que somos novamente cabecas-de-cartaz, e assim foi. Monkey Beats Donkey fazem um line-check rápido e comecam logo a tocar. Digo-vos já que estou a curtir cada vez mais esta banda e que estao melhores a cada dia que passa... sem duvida.

O som estava fixe como tem sido sempre até agora... O dono do bar fazia-me lembrar um pouco o Pascal do Satori, nem me perguntem porque. Falando em Pascal, hoje recebi um telefonema bastante triste do Armindo. Ao que parece a Associacao tem mesmo os dias contados. Tudo depende de uma questao de tempo agora, infelizmente. Espero que tudo se resolva e quando chegar a Portugal vou mesmo ter de tomar uma atitude porque nao posso perder a minha segunda casa assim.

Eram cerca das 21h quando os MBD comecam a tocar. Na entrada estaria escrito algo assim: 'AN X THXY = Monky Beats Donky'. Enfim... continuando... ahahaha

Subimos ao palco eram cerca das 22h15. Tocámos o seguinte set:

GUILTY
POSITIVE
IT'S JUST AN X IDENT
ASYLUM FROM THE UNDERGROUND
A LETTER...
SHE
THE WORST PART OF ME
MY LAST TRY
THE UNTOUCHABLE MYTH
CREEP (Radiohead cover)
I AM FREE

O show correu dentro da normalidade, num clima bastante estranho e frio. Mas correu bem. Poucos pregos (nem parecia um show de AN X TASY, aahahaha). A passagem de Pink Floyd entre a THE WORST PART OF ME bombou... o cover de RADIOHEAD também bombou com algum pessoal a cantar connosco. Foi tocada numa versao acústica, apenas com a guitarra do Milton e a minha voz (tal e qual como teria sido feito em Évora em Dezembro, muito bom!).

Acabando o show viemos logo rapidamente para casa para descansar. No 'caminho' ainda conhecemos 3 pessoas do sexo oposto (ahahaha), foi fixe. 3 pessoas, 3 mails... brutal.

Sinto-me perdido na mesma, um coche vazio, imensas saudades de Portugal (embora sabendo que aí terei imensas saudades daqui). Preciso de ocupar o meu tempo com ALGUÉM e nao com ALGO. Preciso definitivamente de ter novamente uma vida que me deh prazer viver e seguir em frente. Há muito que luto por ser EU mas só consigo ser MAIS UM.

De qualquer forma tenho de agradacer aqui ah Catarina e ah minha noiva Joana por todo o apoio demonstrado... tem sido duas ajudas brutais para eu me aguentar aqui a respirar.

Sinto mesmo que ja nao sou feliz, que ja nao tenho objectivos nesta vida. Depois de chegar a Portugal e desligar-me da musica (e com o possível encerramento da ARCM) sinto que vou desfalecer bastante e chegar mesmo a um ponto de depressao tal que vou acabar por me perder em mim mesmo.

Nao quero isso... quero apenas liberdade, paz, amor... felicidade. Será pedir muito? Tudo bem que há quem esteja em situacoes bastante inferiores ah minha... muito mais em baixo... mas sei que há gente que se encontra muito melhor... Eu nao quero chegar ao nível de ninguém... Quero apenas atingir o meu nível. Paz interior. Pura reflexao.

Sinto-me só.

QUERO SER EU.

Aqui vai mais uma letra minha de AN X TASY ('THE WORST THING').

Até breve.


RAFAEL RODRIGUES


THE WORST THING...

Why? Why are we so blind?
Looking at the sky, waiting for better days to come.
And how can we be so selfish?
Looking at the others for our own profit.
When will we make a change?
Living with compassion, we're all in the same boat.
So, stop being an animal
Just raise your hands and rock against the world.

I WON'T CLOSE MY EYES AND I'LL BE PROUD

So, what are you doing to me?
I'm scared and cannot see this fucking reality
To where can we fucking roam?
I'm all by my own, don't know where I belong.

I won't close my eyes
I won't shut my mouth
Unless you admit that you are fucking wrong!!!


(*to someone)