Saturday, June 03, 2006

HO-CHI MINH
* de Beja à conquista de Portugal *


Ho-Chi Minh é actualmente um nome de respeito em Portugal. Um projecto que renasce das cinzas dos Blast, outra banda que tanto furor causou no nosso país.
Já há muito que não entrevistava bandas para o meu blog e decidi entrevistá-los acerca da grande assiduidade que têm tido um pouco por todo o país ao actuar desde bares a semanas académicas, passando por alguns festivais.
A conversa foi feita com o vocalista João onde se tocou em assuntos como a ligação com o antigo projecto Blast, objectivos atingidos e por atingir e até mesmo o rompimento com a editora Adrenalina devido a 'problemas técnicos com o responsável pela organização das tours'.
Aqui ficam esses momentos.

(Há que ter em conta que a entrevista foi feita no dia após a sua mais recente passagem pela Associação de Musicos, no dia 17 de Fevereiro de 2006, que contou com a presença das bandas HILLS HAVE EYES, UNFAIR e PROJECTO 103. Pode estar um pouco desactualizada mas nunca é tarde para a divulgar. Já para não dizer que nunca, até hoje, o palco secundário da Associação teve uma enchente tão grande [233 pessoas] como nessa noite. Inesquecível!)



1- Acabei de presenciar um dos melhores shows de sempre que vi no nosso palco secundário. Nunca vi uma adesão tão grande quer em numero de pessoas, quer em feeling ao pé do palco. Descreve da melhor forma como viste o show...

R: Nós vimos o concerto do sítio mais previligiado de todos, o Palco, e foi sem dúvida a nível de adesão o nosso melhor concerto de sempre, superando aquilo que nos parecia já impossível que foram os dois concertos do avante, que tinham sido espetaculares... Ficamos muito surpreendidos com tamanha adesão e só temos que agradecer a todos os que tornaram aquele concerto possível. A partir de hoje Faro tornou-se a nossa segunda casa, pois nunca tinhamos sido recebidos daquela forma.


2- Vocês é a 3ª vez que vêm à Associação e todos os shows foram demais. Mas este foi até à data o que teve mais adeptos ho-chi-miniacos, uma verdadeira loucura... De onde achas que provém tanto 'sucesso'?

R: Ainda hoje, não percebemos o que se passou ali, pois criou-se uma atmosfera espetacular. Continuo a dizer que “drogaram” as pessoas (hihihi)...
Esse “sucesso” só pode ter vindo dos muitos concertos que já demos no algarve e dos muitos “adeptos” que temos indo amealhando e que desta vez resolveram todos aparecer...


3- Sei que quebraram recentemente um acordo que vos ligava à Adrenalina. Que se passou afinal?

R: Existiram alguns problemas técnicos com o responsável pela organização das tours, falhas essas q nós não gostamos de ver repetidas e fomos obrigados a quebrar o nosso acordo com eles. É de realçar que a nível institucional não temos nada a apontar a Adrenalina, mas também não estávamos dispostos a continuar a marcar e desmarcar datas, e muito menos a chegar a Bares sem saberem que nós lá iamos tocar.


4- Qual a ligação entre Blast e Ho-Chi-Minh? O que mudou? O que permanece igual?

R: Ho-Chi-Minh é a continuidade do projecto Blast, foi a consequência natural. Na fase em que Blast acabou já se tava a começar a trabalhar com máquinas e programações. Até umas das últimas músicas de Blast foi acabada em HCM. A nível de elementos da banda, só um dos elementos de Blast não se encontra em HCM, mas a nível de som, muita coisa mudou. Hoje somos músicos mais experientes e com outra orientação musical, procurando outros caminhos e outras formas de fazer música.


5- Após o 1º lugar conquistado nalguns concursos de bandas e outros troféus ganhos devido à vossa experiencia como banda, o que vos faz ainda continuar num movimento underground e tocar apenas pelo prazer sem os cachets exorbitantes solicitados por algumas bandas nacionais?

R: Nós continuamos a fazer aquilo mais gostamos, que é tocar. Quanto aos cachets, estes são consequências de editoras, divulgação e de massas que se deslocam para os concertos, nós nunca tivemos perto de nenhumas dessas coisas ao ponto de justificar cachets elevados. Acima de tudo queremos tocar, quando alguém pensa em nós para um concerto nós ficamos logo agradados, e temos sempre em consideração o tipo de evento. Se é uma escola que organiza vamos por transportes, se é uma camara pedimos caches, essencialmente procuramos nunca ficar prejudicados, pois se agradares quem pensa em ti irás sempre tirar dividendos disso mais tarde.


6- E Beja? Como aparece Beja num mapa onde as portas estão mais abertas para a capital?

R: Pois Beja aparece no mapa como sempre apareceu, uma terra essencialmente constituída por pessoas humildes e honestas que lutam permanentemente para quebrar as fronteiras da desertificação a que o Alentejo é constatemente sujeito.


7- Falando em Beja... Agora aparecem nomes bastante interessantes na vossa cidade humilde: Sordid Sight, Undercut, Cryptous Morbious Family, etc. Sentes ter algum peso no aparecimento destas bandas todas, que surgem num pós- BLAST ou achas que foi um aparecimento natural? A que consideras dever-se este boom tão 'repentino' de metal alentejano?

R: Se temos algum peso no aparecimento dessas grandes bandas, terás que lhes perguntar a eles, sinceramente acho que não; em Beja sempre existiram muitas bandas underground, custumam ser poucas mas custumam ser bandas de qualidade. Em Beja as pessoas são muito exigentes, tudo o que vem cá para “fora” custuma ser bom.


8- Voltando um pouco às questões iniciais... As bandas nacionais por norma (como se calhar deverá ser no resto do mundo) sonham sempre com grandes salas, grandes palcos, som e luz do melhor, nem que pra isso tenham de actuar perante cerca de 100 pessoas... Preocupam-se mais com a aparencia do que o feeling em si. Tu que ja actuaste duas vezes no palco principal da associaçao perante 300 pessoas e desta vez no secundário perante apenas 233 (!!!), que balanço fazes das duas experiencias?

R: Para mim um grande concerto não se faz com um grande PA nem com uma grande sala, mas sim com um “grande” público. Mais vale um palco pequeno e uma sala pequena e um “grande” público, do que uma grande sala vazia.


9- Tenho conhecimento que recentemente te tornaste Professor... Diz-me o que significa para ti terminar um curso onde podes passar a dar aulas de (diz-me o quê) e estar em cima de um palco a gritar desenfreadamente para centenas de pessoal que respeita o vosso trabalho?

R: Neste momento faço profissionalmente aquilo que mais gosto, que é dar aulas de Educação Fisica a crianças de 3 a 12 anos, principalmente aulas de natação a crianças de 3 anos. E tenho a sorte de fazer com os meus melhores amigos um dos meus sonhos de vida que é a música. A mistura entre as duas na me faz confusão nenhuma visto fazer aquilo que mais gosto. Depois de concertos como o de Faro senti-mo bastante orgulhoso daquilo que fazemos é uma sensação única, tal como ensinar uma criança a nadar.


10- Pra terminar... E num tom de brincadeira... Se pudesses enfiar o publico de Faro em qualquer parte abstracta neste planeta... onde seria?

R: Hum... um público assim gostaria de enfiar em todos os concertos portugueses de bandas underground, pois é um público assim que nos dá força para continuar a trabalhar e ter força para os muitos sacrifícios a que música obriga... Um grande abraço para ti, para a Associação de Músicos de Faro e para todas as pessoas que duma forma outra apoiam as bandas portuguesas e principalmente as de garagem.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

bora la karalhu....HO-CHI-MINh é k é...qual confront hat qual ke....dexeijo vox um bm fritançu

4:43 PM  

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