Comodismo Intelectual = Reacção Corporal
Este título até dava para uma letra de uma música, talvez até o faça.
E faço porque preciso de exercitar a mente, preciso de marcar a minha presença no papel.
Prefiro lutar com as palavras e não com os punhos.
Que a sociedade hoje em dia encontra-se totalmente corrompida, todos nós sabemos disso.
Mas somos nós que a corrompemos e somos nós que criticamos os nossos próprios actos quando espelhados por terceiros.
Há quem o chame de hipocrisia, eu prefiro ingenuidade.
A violência bate-nos na face a cada segundo que passa... e a nossa curiosidade em experimentá-la é tanta que isso reflecte-se nas nossas acções diárias com aqueles aos quais chamamos de amigos.
Começando pelo desporto. Todos nós gostamos de torcer por clubes que nada nos dão em troca e que pouco ou nada dão pela nossa existência. Todos gostam de ver um Benfica-Porto. Todos gostam de mandar o árbitro pó caralho, todos gostam de ver um golo do Simão e uma defesa do Baía. Mas na verdade o que eles mais querem é assinar a renovação do contrato milionário que lhes vai garantir uma reforma choruda dos 34 anos ao fim das suas vidas.
No futebol, um desporto onde a paz deveria reinar, entram as claques em acção.
É engraçado ver meio estádio de um lado a chamar 'filho da puta' a outra metade que se encontra do outro lado do relvado. É engraçado saber que no final tudo aquilo acaba em detenções por parte dos corpos policiais, em feridos no hospital e em very lights em finais da Taça.
Como podemos nós criticar a violência (digo - guerra) que se passa do outro lado do Mundo quando atacamos o outro lado do nosso próprio país em disputas futebolisticas? Faz sentido?!?
Depois ligamos a tv para 'saber o que se passa'.
Comecemos pelo telejornal. Guerra no Iraque, taxistas mortos, o Militão a comandar as operações dentro de uma cela, o massacre de Columbine, o marido respeitável que se lembrou de queimar a mulher com ácido porque esta o traiu com outro que lhe dava mais felicidade. São cerca de 45m de um noticiário onde assistimos a uma violência gratuita tal que nem necessitamos de ir alugar um filme para ver em casa. E sabemos que é bem real!
Então pensamos 'Mas que merda é esta?' e toca de mudar de canal.
Brutal, um filme do Steven Seagal. Uai, este ainda não vi. O típico filme de vingança em que mataram a sua mulher e em que entra a vingança em acção. Aprendemos que se fizerem mal a algum parente próximo temos mais é que vingar esse acto e responder da mesma moeda. É incrível a educação que nos impingem hoje em dia. (des)Aprende-se e (des)aprende-se cada vez mais.
Já chega. Vamos é dormir e deixar o puto a ver os desenhos animados para ver se para de chorar. Ok, o Songoku 'tá a dar. Aquela merda até tem piada. Uma injecção infalível de violência directamente na nossa caixa córnea (onde é que já ouvi isto??) para que daqui a uns anos venha tudo ao de cima e aquele que era um simples puto numa vida inocente se lembre de usar a força intelectual que apreendeu na sua infancia em descarga corporal. Tudo começa nos infantários quando se lembram que podem matar porque se encontrarem as bolas de cristal podem reencarnar. Então começam a dar os seus primeiros passos. E, como de pequenino é que se torce o pepino, a sua vida leva uma reviravolta como do dia para a noite.
Ok filho, toma mas é uma pistola de água ou de fulminantes e vai lá dar uns tiros aos amigos na rua porque é uma brincadeira mais inofensiva (não sei se hei-de rir ou de chorar). Daqui a uns anos logo saberei.
Passemos então para a música. Música violenta = dança violenta. Será?
Como é possível que haja gente que esteja a ver um show de hardcore (falo por experiencia própria porque sou um espectador assíduo do género) e que consiga estar parado a olhar para o palco? Isto é uma questão que eu oiço sempre que vou a um evento do género. A resposta é básica: se vamos a um concerto é para ouvir musica e para ver a prestação da banda em palco e não para ver quem sai mais roxo do recinto.
Ok, eu também salto de cima das colunas, eu também curto slamming e também curto ver as WALLS OF DEATH. Mas isto não é uma crítica à dança; é uma crítica a quem critica os que apenas vão lá para observar.
Depois vamos à política. Até nas Assembleias da República vemos os deputados a praticar aulas de boxe.
Vamos à própria rua.
Um gajo só porque é preto tem de levar dos skins.
Um skin só por ter a cabeça rapada tem de levar dos anarcas.
Um anarca só por não ter ideais tem de ser atacado por comunas.
Um comuna só por ser da oposição tem de ser extreminado pelos socialistas.
Um cigano só por cheirar mal tem de ser proibido de entrar em certos estabelecimentos.
Um cão só por não ter dono tem de levar com 1 pedra no focinho.
Um puto só por andar no primeiro ciclo tem de ser assaltado pelos do 4º ano lectivo.
Eu só por escrever este texto arrisco-me a levar destes todos!
Enfim... a violência está aqui bem diante dos vossos olhos. Só não vê quem não quer.
Mas infelizmente eu vejo-a e não quero.
Este título até dava para uma letra de uma música, talvez até o faça.
E faço porque preciso de exercitar a mente, preciso de marcar a minha presença no papel.
Prefiro lutar com as palavras e não com os punhos.
Que a sociedade hoje em dia encontra-se totalmente corrompida, todos nós sabemos disso.
Mas somos nós que a corrompemos e somos nós que criticamos os nossos próprios actos quando espelhados por terceiros.
Há quem o chame de hipocrisia, eu prefiro ingenuidade.
A violência bate-nos na face a cada segundo que passa... e a nossa curiosidade em experimentá-la é tanta que isso reflecte-se nas nossas acções diárias com aqueles aos quais chamamos de amigos.
Começando pelo desporto. Todos nós gostamos de torcer por clubes que nada nos dão em troca e que pouco ou nada dão pela nossa existência. Todos gostam de ver um Benfica-Porto. Todos gostam de mandar o árbitro pó caralho, todos gostam de ver um golo do Simão e uma defesa do Baía. Mas na verdade o que eles mais querem é assinar a renovação do contrato milionário que lhes vai garantir uma reforma choruda dos 34 anos ao fim das suas vidas.
No futebol, um desporto onde a paz deveria reinar, entram as claques em acção.
É engraçado ver meio estádio de um lado a chamar 'filho da puta' a outra metade que se encontra do outro lado do relvado. É engraçado saber que no final tudo aquilo acaba em detenções por parte dos corpos policiais, em feridos no hospital e em very lights em finais da Taça.
Como podemos nós criticar a violência (digo - guerra) que se passa do outro lado do Mundo quando atacamos o outro lado do nosso próprio país em disputas futebolisticas? Faz sentido?!?
Depois ligamos a tv para 'saber o que se passa'.
Comecemos pelo telejornal. Guerra no Iraque, taxistas mortos, o Militão a comandar as operações dentro de uma cela, o massacre de Columbine, o marido respeitável que se lembrou de queimar a mulher com ácido porque esta o traiu com outro que lhe dava mais felicidade. São cerca de 45m de um noticiário onde assistimos a uma violência gratuita tal que nem necessitamos de ir alugar um filme para ver em casa. E sabemos que é bem real!
Então pensamos 'Mas que merda é esta?' e toca de mudar de canal.
Brutal, um filme do Steven Seagal. Uai, este ainda não vi. O típico filme de vingança em que mataram a sua mulher e em que entra a vingança em acção. Aprendemos que se fizerem mal a algum parente próximo temos mais é que vingar esse acto e responder da mesma moeda. É incrível a educação que nos impingem hoje em dia. (des)Aprende-se e (des)aprende-se cada vez mais.
Já chega. Vamos é dormir e deixar o puto a ver os desenhos animados para ver se para de chorar. Ok, o Songoku 'tá a dar. Aquela merda até tem piada. Uma injecção infalível de violência directamente na nossa caixa córnea (onde é que já ouvi isto??) para que daqui a uns anos venha tudo ao de cima e aquele que era um simples puto numa vida inocente se lembre de usar a força intelectual que apreendeu na sua infancia em descarga corporal. Tudo começa nos infantários quando se lembram que podem matar porque se encontrarem as bolas de cristal podem reencarnar. Então começam a dar os seus primeiros passos. E, como de pequenino é que se torce o pepino, a sua vida leva uma reviravolta como do dia para a noite.
Ok filho, toma mas é uma pistola de água ou de fulminantes e vai lá dar uns tiros aos amigos na rua porque é uma brincadeira mais inofensiva (não sei se hei-de rir ou de chorar). Daqui a uns anos logo saberei.
Passemos então para a música. Música violenta = dança violenta. Será?
Como é possível que haja gente que esteja a ver um show de hardcore (falo por experiencia própria porque sou um espectador assíduo do género) e que consiga estar parado a olhar para o palco? Isto é uma questão que eu oiço sempre que vou a um evento do género. A resposta é básica: se vamos a um concerto é para ouvir musica e para ver a prestação da banda em palco e não para ver quem sai mais roxo do recinto.
Ok, eu também salto de cima das colunas, eu também curto slamming e também curto ver as WALLS OF DEATH. Mas isto não é uma crítica à dança; é uma crítica a quem critica os que apenas vão lá para observar.
Depois vamos à política. Até nas Assembleias da República vemos os deputados a praticar aulas de boxe.
Vamos à própria rua.
Um gajo só porque é preto tem de levar dos skins.
Um skin só por ter a cabeça rapada tem de levar dos anarcas.
Um anarca só por não ter ideais tem de ser atacado por comunas.
Um comuna só por ser da oposição tem de ser extreminado pelos socialistas.
Um cigano só por cheirar mal tem de ser proibido de entrar em certos estabelecimentos.
Um cão só por não ter dono tem de levar com 1 pedra no focinho.
Um puto só por andar no primeiro ciclo tem de ser assaltado pelos do 4º ano lectivo.
Eu só por escrever este texto arrisco-me a levar destes todos!
Enfim... a violência está aqui bem diante dos vossos olhos. Só não vê quem não quer.
Mas infelizmente eu vejo-a e não quero.
2 Comments:
ehehehe e no fim tinhas mesmo escrito este texto...coincidencia ou n..tavamos todos a falar exactamente daquilo que falas no texto. E realmente eh verdade, estavamos todos a falar, criticamos, mas nada fazemos para mudar.
Quem não curte ver um bom filme de acção, em que há sempre aquele que morre por uma merda qualquer, quem não via o dragon ball, quem não brincou já com uma pistola de água, nem que seja no carnaval...Tanta violência que nos é impingida sem nos apercebermos disso!
E no entanto, quando nos apercebemos da realidade que nos envolve, ou é tarde de + ou é para criticar.
Porque é isso que praticamente todos nós nos limitamos a fazer, criticar em vez de agir...
Ta na altura de repensarmos melhor os nossos valores e atitudes, pois assim até já posso adivinhar onde isto vai parar...
Beijos
va meninos deixem d ser hipocritas.
bla bla bla a violencia! calem-se,tda a gente sabe disso.tirem essa mascara d meninos politicamente correctos e mostrem o k vcs realmente sao.bonzinhos n sao d certeza
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