LA BELOTTA MECANICA - entrevista
'Se não for Punk, não é Straight Edge'. --> foi isto que li algures e que me fez reflectir sobre o assunto. Se não for Punk não é straight edge. Significa que eu para ser straight terei de ser Punk? Será que eu para ser Punk tenho de cortar o cabelo 'à moicano', usar roupa preta suja, cheirar mal, ir apenas a concertos onde há bebida...? Tipo... ok... mas penso que isto não seja ser straight. Por outro lado, não penso que seja ser Punk.
É discutivel.
Na verdade desta vez entrevistei o Luís Ma, o 'fundador' da BELOTTA MECANICA, um exemplo do espirito DO IT YOURSELF em Espanha, um grande homem, o organizador do grande festival dos duas 16 e 17 de Setembro de 2005. Tenho pena que a entrevista só agora venha aqui parar (já que foi feita antes do festival) mas o que conta é que as palavras deste ser humano foram ouvidas e respeitadas, como hardcore sempre deveria ser. Mais tarde terão oportunidade de ler aqui um review do melhor fim-de-semana da minha vida, SEM DUVIDA.
Aqui fica então um pouco do que 'a belota' é... Pouco mais do que 'eles mesmos'...
1- Luisma, antes de mais nada fala-me um pouco sobre a BELLOTA MECÁNICA e a que projectos estás ligado..
A Bellota Mecânica é uma editora-distribuidora libertária cujo objectivo é a difusão e propaganda do movimento libertário. A Bellota Mecânica tem mais de dez anos, só que apenas há 3 é que o movimento e o compromisso se tornaram mais sólidos.
Somos actualmente 4 pessoas no projecto se bem que contemos com outros tantos quando podem. Temos possibilidades de produzir serigrafia e chapas.
A maioria do material é feito por nós mesmos.
Projectos? Demasiados, actualmente a distribuidora tem-nos super-ocupados mas estamos também ligados ao CNT, sindicado ao qual pertencemos.
Por outro lado pertenço ao FASH (Federação Anarco Skin-Head).
Isto tudo, para além do meu trabalho e da companheira ocupam a minha vida toda.
2- Com toda a violencia que presenciamos pelo mundo for a todos os dias na televisão… não receias que a Espanha um dia entre numa ditadura e pessoas como vocês tenham de ser banidas do seu próprio país?
Eu penso que todos vivemos numa ditadura mas o capitalismo esconde-o na perfeição. Todos estamos controlados, a polícia sabe tudo sobre o teu nome, onde vives, onde trabalhas, com quem te dás, tudo. Simplesmente quando apresentamos um problema ao estado o capitalismo elimina-o. Tens exemplos como Génova, Salónica, Barcelona, etc. Eu considero-me internacionalista, não creio em pertencer a este ou aquele país. O meu país é o meu bairro, o meu pessoal. Em todo o caso espero um dia que a situação em Espanha fique fodida que me acolhas em tua casa.
3- Falando sobre dar abrigo aos nossos familiars e amigos, o que achas da ilusão de perfeição em que os EUA estão aviver actualmente? Quando vês as noticias sobre ‘o’ KATRINA na televisão apercebes-te que apenas os pobres que não têm recursos para ‘fugir’ é que estão a pagar o custo do furacão com as suas vidas sem qualquer chance de sobrevivência… enquanto os ricos continuam protegidos…
Boa. Em relação ao KATRINA é triste o que está a acontecer nos EUA. Apenas é mais uma prova da desigualdade que se vive nos países mais ricos. É evidente que só os pobres morrem, são pessoas que não conseguem escapar porque não têm dinheiro.
Agora na televisão tu só vês hipocrisia na cara dos políticos. Mas é evidente que nem a eles nem aos seus filhos passou um KATRINA por cima. Nem a eles, nem aos seus filhos, nem a quem controla o mundo.
Pessoalmente acho que esta situação provoca mais raiva, mais ódio.
4- Falando agora sobre ditadura… Quase todos os países no mundo já passaram por uma fase dictatorial. Hoje em dia as pessoas começam a queixar-se do sistema porque todos os dias perdemos os nossos bens mais preciosos: água, comida, a natureza, os animais… O custo de vida está cada vez mais algo e jamais conseguiremos competir com a supremacia dos EUA. Não temes outra Guerra Mundial?
A terceira guerra mundial começou com a década de 90, com a guerra do Golfo. A guerra pelo petróleo está aberta e é isso que está a provocar os ‘sucessos’ em que estamos a viver: terrorismo, invasões de países, mortos, fome… É o mesmo de sempre, o rico contra o pobre e agora está tudo centrado no oriente contra o ocidente. É lógico que também há atentados contra os EUA, Espanha, Inglaterra, etc. Mas são em muito menor numero.
EUA, Espanha, Inglaterra, Portugal, Itália, e todos os países ricos, levaram anos a atacar os países mais pobres ocupando as suas terras, as suas casas, violando, matando. Qualquer pessoa se teria de defender por si mesma, como qualquer animal o faz.
É curioso quando falam sobre missões humanitárias… que medo me dão! Há um livro muito bom que narra as ‘peripécias’ dos militares em missões humanitárias.
5- Nos próximos dias 16 e 17 de Setembro vamos ter o primeiro festival LA BELOTTA MECANICA em Portugal, em Évora. ‘Destruindo fronteiras e bandeiras’. Podes-me explicar um pouco sobre o contexto político desta iniciativa?
Evidentemente o contexto deste festival que estamos a prepare é totalmente político. Não tão política ou militante como gostaríamos mas é o melhor que podemos preparar.
Mas, infelizmente, das bandas do fodido estado espanhol não vieram as que nos teríamos gostado por diferentes motivos. Bandas como Sin Dios, Lágrimas y Rabia, Ki Sap ou Skaparapid não vão poder estar em Évora.
De qualquer forma contamos com bandas como Insurgentes, Spasmos, Kaos Urbano, Agresion, Arpaviejas, etc… Enfim… nem sei se aguento até dia 16!
Para além disso estou bastante interessado em ouvir as bandas de Portugal e a de Áustria. Só ouvi DPE e gostei bastante, uma banda muito política e coerente.
Entretanto ouvi Albert Fish, Highest Cost e mais uma ou outra e também curti. Sem duvida serão dois dias de festa, unidade, compromisso, apresentações (encontros) e anarquia.
6- Falando em anarquia… Estás 100% crente nesse modo de vida? Achas possivel a implantação de uma anarquia ou consideras apenas uma ideia utópica? Como poderia a mesma resultar hoje em dia?
Se pensasse que a anarquia era uma utopia decididamente me deixaria levar, vender-me-ia ao capitalismo, passaria o dia a viver ‘reality’ shows’, montaria uma empresa e conduziria um Mercedes Benz Classe S.
Na verdade, actualmente é bastante difícil, muito mesmo, mas acredito que este sistema não durará muito.
O capitalismo tem que explodir por algum lado, é pena que apenas nós o vejamos, nem nossos filhos nem as nossas filhas. Mas também é certo que se deixarmos de lutar será no dia em que a anarquia se tornar uma utopia.
7- Hoje em dia vemos manifestações e motins na America Latina, vejo levantamentos populacionais na Europa do Leste, vejo pessoal a morrer em guetos nos EUA mas não vejo a ‘civilizada’ Europa a transcender para outro nível com todos estes movimentos à volta do Mundo.
Vejo a Europa como um bode espiatório para todas as mentiras deste planeta Terra. Nós não somos merda. O que achas de tudo isto?
Voltando de novo ao capitalismo…
Fazem-nos sentir que vivemos bem, tudo é perfeito aqui, tudo é perfeito nos Estados Unidos. Agora dizem-nos ‘Com Franco vivíamos pior’, acostumam-nos a comodidades para nos calar. Não interessa o que queremos e tentam fazer-nos dormir, dormimos com a televisão, com os saldos, as multinacionais, o conforto, etc.
Na Europa pouca gente milita, são poucos os que saem para as ruas. Pouca gente quer mudar a situação, pouca gente quer acabar com o capitalismo. É pena mas penso que ainda haja alguns (poucos!) coerentes. Somos merda? Não sei, talvez até o sejamos…
8- Há quem considere o Bin Laden um terrorista. Na minha opinião ele é tão terrorista (ou menos!) que o Bush… Ele não começou nenhuma guerra, a guerra do capitalismo já vem de à muito tempo. Ele lutou pelos seus direitos, pela sua visão de um mundo melhor. Ele apenas respondeu à política que os EUA impõem a todo o Mundo nos dias que correm. Não achas?
O Bush não tem inteligência suficiente para ser terrorista. É simplesmente uma marioneta do capital, das finanças, de quem realmente move o Mundo. Os senhores da bolsa ordenam, o Bush obedece. Mas penso que o Bin Laden também não terá um grande cérebro. São iguais, apenas a forma de actuar do Bush é bastante cobarde.
Ataca os mais débeis, o povo, a quem não se pode defender facilmente. Por exemplo o massacre de Madrid que foi contra os trabalhadores e trabalhadoras. Não achas estranho que nunca ninguém ataque o presidente da Coca-Cola, da Nike, da Zara…?
9- Agora falando um pouco mais sobre A BELOTTA. Esta questão pode parecer um pouco pertinente ou controversa mas… Imaginemos que assinavas com uma banda e após a venda de 800 cd’s vinhas a saber que a mesma banda teria adoptado por um caminho fascista sem que tu sequer imaginasses… Que farias a seguir?
Isso é impossível de acontecer porque na Belotta antes de meter um cd em stock devemos conhecer a banda. Bem sei que temos pouca musica já que tentamos apenas vender grupos libertários e que sejam coerentes com o que cantam. Por isso não vendemos bandas como Los Muertos de Cristo ou Ska-P mas vendemos bandas como Puagh, Gracias a Dios, Insurgentes, Spasmos, Hachazo, etc. Só assinamos com uma banda depois de sabermos o que a mesma faz para além de tocar, se militam nalgum colectivo, etc.
10- Obrigado pela entrevista e pelo tempo ‘perdido’.. Como achas que vão ser os próximos dias 16 e 17 de Setembro? E que conselho dás aos ‘putos novos’ que estão a ficar interessados na cena Punk Hc mas que pouco sabem sobre política ou sobre musica com mensagem?
Espero que o festival seja perfeito, que haja bom ambiente, de unidade, respeito e luta, que seja uma grande festa para que todos e todas nos conheçamos e que a razão pela qual ali estamos sirva para algo mais do que beber um copo ou ver umas bandas de musica.
Pessoalmente creio que a musica é um grande meio de difusão. Normalmente os que calçam umas Marteens ou fazem uma crista fazem-no por estética. A maioria das vezes não compreendem o significado de lavar uns suspensórios ou uma crista. É pena, mas real. Por isso penso que a musica anarquista pode levar esses ‘putos’ a a ler, interessarem-se pelo movimento libertário, participar em colectivos, militar, enfim… Penso que seja tudo. LOVE MUSIC, HATE RACISM!!!
...e ele disse...
'Se não for Punk, não é Straight Edge'. --> foi isto que li algures e que me fez reflectir sobre o assunto. Se não for Punk não é straight edge. Significa que eu para ser straight terei de ser Punk? Será que eu para ser Punk tenho de cortar o cabelo 'à moicano', usar roupa preta suja, cheirar mal, ir apenas a concertos onde há bebida...? Tipo... ok... mas penso que isto não seja ser straight. Por outro lado, não penso que seja ser Punk.
É discutivel.
Na verdade desta vez entrevistei o Luís Ma, o 'fundador' da BELOTTA MECANICA, um exemplo do espirito DO IT YOURSELF em Espanha, um grande homem, o organizador do grande festival dos duas 16 e 17 de Setembro de 2005. Tenho pena que a entrevista só agora venha aqui parar (já que foi feita antes do festival) mas o que conta é que as palavras deste ser humano foram ouvidas e respeitadas, como hardcore sempre deveria ser. Mais tarde terão oportunidade de ler aqui um review do melhor fim-de-semana da minha vida, SEM DUVIDA.
Aqui fica então um pouco do que 'a belota' é... Pouco mais do que 'eles mesmos'...
1- Luisma, antes de mais nada fala-me um pouco sobre a BELLOTA MECÁNICA e a que projectos estás ligado..
A Bellota Mecânica é uma editora-distribuidora libertária cujo objectivo é a difusão e propaganda do movimento libertário. A Bellota Mecânica tem mais de dez anos, só que apenas há 3 é que o movimento e o compromisso se tornaram mais sólidos.
Somos actualmente 4 pessoas no projecto se bem que contemos com outros tantos quando podem. Temos possibilidades de produzir serigrafia e chapas.
A maioria do material é feito por nós mesmos.
Projectos? Demasiados, actualmente a distribuidora tem-nos super-ocupados mas estamos também ligados ao CNT, sindicado ao qual pertencemos.
Por outro lado pertenço ao FASH (Federação Anarco Skin-Head).
Isto tudo, para além do meu trabalho e da companheira ocupam a minha vida toda.
2- Com toda a violencia que presenciamos pelo mundo for a todos os dias na televisão… não receias que a Espanha um dia entre numa ditadura e pessoas como vocês tenham de ser banidas do seu próprio país?
Eu penso que todos vivemos numa ditadura mas o capitalismo esconde-o na perfeição. Todos estamos controlados, a polícia sabe tudo sobre o teu nome, onde vives, onde trabalhas, com quem te dás, tudo. Simplesmente quando apresentamos um problema ao estado o capitalismo elimina-o. Tens exemplos como Génova, Salónica, Barcelona, etc. Eu considero-me internacionalista, não creio em pertencer a este ou aquele país. O meu país é o meu bairro, o meu pessoal. Em todo o caso espero um dia que a situação em Espanha fique fodida que me acolhas em tua casa.
3- Falando sobre dar abrigo aos nossos familiars e amigos, o que achas da ilusão de perfeição em que os EUA estão aviver actualmente? Quando vês as noticias sobre ‘o’ KATRINA na televisão apercebes-te que apenas os pobres que não têm recursos para ‘fugir’ é que estão a pagar o custo do furacão com as suas vidas sem qualquer chance de sobrevivência… enquanto os ricos continuam protegidos…
Boa. Em relação ao KATRINA é triste o que está a acontecer nos EUA. Apenas é mais uma prova da desigualdade que se vive nos países mais ricos. É evidente que só os pobres morrem, são pessoas que não conseguem escapar porque não têm dinheiro.
Agora na televisão tu só vês hipocrisia na cara dos políticos. Mas é evidente que nem a eles nem aos seus filhos passou um KATRINA por cima. Nem a eles, nem aos seus filhos, nem a quem controla o mundo.
Pessoalmente acho que esta situação provoca mais raiva, mais ódio.
4- Falando agora sobre ditadura… Quase todos os países no mundo já passaram por uma fase dictatorial. Hoje em dia as pessoas começam a queixar-se do sistema porque todos os dias perdemos os nossos bens mais preciosos: água, comida, a natureza, os animais… O custo de vida está cada vez mais algo e jamais conseguiremos competir com a supremacia dos EUA. Não temes outra Guerra Mundial?
A terceira guerra mundial começou com a década de 90, com a guerra do Golfo. A guerra pelo petróleo está aberta e é isso que está a provocar os ‘sucessos’ em que estamos a viver: terrorismo, invasões de países, mortos, fome… É o mesmo de sempre, o rico contra o pobre e agora está tudo centrado no oriente contra o ocidente. É lógico que também há atentados contra os EUA, Espanha, Inglaterra, etc. Mas são em muito menor numero.
EUA, Espanha, Inglaterra, Portugal, Itália, e todos os países ricos, levaram anos a atacar os países mais pobres ocupando as suas terras, as suas casas, violando, matando. Qualquer pessoa se teria de defender por si mesma, como qualquer animal o faz.
É curioso quando falam sobre missões humanitárias… que medo me dão! Há um livro muito bom que narra as ‘peripécias’ dos militares em missões humanitárias.
5- Nos próximos dias 16 e 17 de Setembro vamos ter o primeiro festival LA BELOTTA MECANICA em Portugal, em Évora. ‘Destruindo fronteiras e bandeiras’. Podes-me explicar um pouco sobre o contexto político desta iniciativa?
Evidentemente o contexto deste festival que estamos a prepare é totalmente político. Não tão política ou militante como gostaríamos mas é o melhor que podemos preparar.
Mas, infelizmente, das bandas do fodido estado espanhol não vieram as que nos teríamos gostado por diferentes motivos. Bandas como Sin Dios, Lágrimas y Rabia, Ki Sap ou Skaparapid não vão poder estar em Évora.
De qualquer forma contamos com bandas como Insurgentes, Spasmos, Kaos Urbano, Agresion, Arpaviejas, etc… Enfim… nem sei se aguento até dia 16!
Para além disso estou bastante interessado em ouvir as bandas de Portugal e a de Áustria. Só ouvi DPE e gostei bastante, uma banda muito política e coerente.
Entretanto ouvi Albert Fish, Highest Cost e mais uma ou outra e também curti. Sem duvida serão dois dias de festa, unidade, compromisso, apresentações (encontros) e anarquia.
6- Falando em anarquia… Estás 100% crente nesse modo de vida? Achas possivel a implantação de uma anarquia ou consideras apenas uma ideia utópica? Como poderia a mesma resultar hoje em dia?
Se pensasse que a anarquia era uma utopia decididamente me deixaria levar, vender-me-ia ao capitalismo, passaria o dia a viver ‘reality’ shows’, montaria uma empresa e conduziria um Mercedes Benz Classe S.
Na verdade, actualmente é bastante difícil, muito mesmo, mas acredito que este sistema não durará muito.
O capitalismo tem que explodir por algum lado, é pena que apenas nós o vejamos, nem nossos filhos nem as nossas filhas. Mas também é certo que se deixarmos de lutar será no dia em que a anarquia se tornar uma utopia.
7- Hoje em dia vemos manifestações e motins na America Latina, vejo levantamentos populacionais na Europa do Leste, vejo pessoal a morrer em guetos nos EUA mas não vejo a ‘civilizada’ Europa a transcender para outro nível com todos estes movimentos à volta do Mundo.
Vejo a Europa como um bode espiatório para todas as mentiras deste planeta Terra. Nós não somos merda. O que achas de tudo isto?
Voltando de novo ao capitalismo…
Fazem-nos sentir que vivemos bem, tudo é perfeito aqui, tudo é perfeito nos Estados Unidos. Agora dizem-nos ‘Com Franco vivíamos pior’, acostumam-nos a comodidades para nos calar. Não interessa o que queremos e tentam fazer-nos dormir, dormimos com a televisão, com os saldos, as multinacionais, o conforto, etc.
Na Europa pouca gente milita, são poucos os que saem para as ruas. Pouca gente quer mudar a situação, pouca gente quer acabar com o capitalismo. É pena mas penso que ainda haja alguns (poucos!) coerentes. Somos merda? Não sei, talvez até o sejamos…
8- Há quem considere o Bin Laden um terrorista. Na minha opinião ele é tão terrorista (ou menos!) que o Bush… Ele não começou nenhuma guerra, a guerra do capitalismo já vem de à muito tempo. Ele lutou pelos seus direitos, pela sua visão de um mundo melhor. Ele apenas respondeu à política que os EUA impõem a todo o Mundo nos dias que correm. Não achas?
O Bush não tem inteligência suficiente para ser terrorista. É simplesmente uma marioneta do capital, das finanças, de quem realmente move o Mundo. Os senhores da bolsa ordenam, o Bush obedece. Mas penso que o Bin Laden também não terá um grande cérebro. São iguais, apenas a forma de actuar do Bush é bastante cobarde.
Ataca os mais débeis, o povo, a quem não se pode defender facilmente. Por exemplo o massacre de Madrid que foi contra os trabalhadores e trabalhadoras. Não achas estranho que nunca ninguém ataque o presidente da Coca-Cola, da Nike, da Zara…?
9- Agora falando um pouco mais sobre A BELOTTA. Esta questão pode parecer um pouco pertinente ou controversa mas… Imaginemos que assinavas com uma banda e após a venda de 800 cd’s vinhas a saber que a mesma banda teria adoptado por um caminho fascista sem que tu sequer imaginasses… Que farias a seguir?
Isso é impossível de acontecer porque na Belotta antes de meter um cd em stock devemos conhecer a banda. Bem sei que temos pouca musica já que tentamos apenas vender grupos libertários e que sejam coerentes com o que cantam. Por isso não vendemos bandas como Los Muertos de Cristo ou Ska-P mas vendemos bandas como Puagh, Gracias a Dios, Insurgentes, Spasmos, Hachazo, etc. Só assinamos com uma banda depois de sabermos o que a mesma faz para além de tocar, se militam nalgum colectivo, etc.
10- Obrigado pela entrevista e pelo tempo ‘perdido’.. Como achas que vão ser os próximos dias 16 e 17 de Setembro? E que conselho dás aos ‘putos novos’ que estão a ficar interessados na cena Punk Hc mas que pouco sabem sobre política ou sobre musica com mensagem?
Espero que o festival seja perfeito, que haja bom ambiente, de unidade, respeito e luta, que seja uma grande festa para que todos e todas nos conheçamos e que a razão pela qual ali estamos sirva para algo mais do que beber um copo ou ver umas bandas de musica.
Pessoalmente creio que a musica é um grande meio de difusão. Normalmente os que calçam umas Marteens ou fazem uma crista fazem-no por estética. A maioria das vezes não compreendem o significado de lavar uns suspensórios ou uma crista. É pena, mas real. Por isso penso que a musica anarquista pode levar esses ‘putos’ a a ler, interessarem-se pelo movimento libertário, participar em colectivos, militar, enfim… Penso que seja tudo. LOVE MUSIC, HATE RACISM!!!
...e ele disse...
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